Com toda a certeza você já ouviu alguém comentar que “se uma criança brasileira cresce com uma bola no pé, a criança italiana cresce falando Ferrari“. Todo lugar tem uma paixão que une as pessoas desde pequeno. Na Itália não é diferente.
O logotipo da Ferrari, Il Cavallino Rampante, é uma marca que é reconhecida em todo lugar do mundo. Onde quer que você vá, é difícil ter quem não conheça o rosso corsa da marca de Maranello, Emilia-Romagna. Para os italianos, é muito mais do que “una casa automobilistica”. É uma paixão.
Desde o século passado, data de fundação da Ferrari, passione per la velocità é, sem sombra de dúvidas, o que mais representa o sentimento de vestir a cor vermelha e carregar a bandeira italiana, Il Tricolore. O automobilismo é muito popular na Itália, sendo que muito do sucesso do esporte a motor italiano é graças à Scuderia, campeã de 15 Mundiais de Pilotos e 16 Mundiais de Construtores na Fórmula 1.
Onde tudo começou
Tudo começou com Enzo Ferrari, em Modena, no ano de 1929. O nome Scuderia Ferrari já se fazia presente desde o princípio, inclusive a ideia de uma marca que fosse atrelada à velocidade e a pilotos de corrida. Apenas em 1940 que a Ferrari de fato produziu seu primeiro automóvel, mas sem ainda um brasão próprio: o Tipo 815. A ligação com Maranello apenas começou três anos depois, com a mudança da fábrica de Modena para a nova casa.
Já a presença do icônico Cavallino Rampante num carro Ferrari só veio a acontecer em 1947, com a fabricação do 125 S, um bólido V12. Neste período, Enzo Ferrari fez questão de ressaltar a marca Scuderia Ferrari, para deixar claro que sua equipe era de fábrica, diferente de outros competidores, que apenas adquiriam seus carros.
Rivalidade que chegou ao cinema
A Fórmula 1 não foi a única casa que trouxe sucesso para a Ferrari. Nos anos 1960, a Scuderia marcou história em uma das três mais importantes corridas do mundo: as 24 Horas de Le Mans. Com vitórias consecutivas no começo da década, a Ferrari mostrou sua força ao mundo, apenas desafiada pelos americanos da Ford, enfim vencedores em 1966.
A rivalidade foi tão intensa que atraiu o interesse dos executivos da Ford em uma compra da Ferrari na década de 1960. O executivo Lee Iacocca viu na marca de Maranello uma forma de trazer ao portfólio da Ford uma divisão de esportivos poderosa e que pudesse dar à fábrica alguma vantagem diante de suas rivais locais para atrair o público em tempos de pós-guerra.
No entanto, por mais que a compra tenha estado próxima, ela jamais aconteceu. Em 1969, a FIAT foi quem levou 50% da Ferrari. Inclusive, houve quem dissesse que Enzo Ferrari jamais quis negociar sua fábrica com a Ford, apenas fez um jogo de cena para aumentar seu poder de negociação com a FIAT.
Um filme que conta alguns desses eventos dos anos 1960 é Ford versus Ferrari (2019). Toda a tensão envolvida na construção de um supercarro que pudesse chegar aos pés da Scuderia é retratada nas cenas vividas por Christian Bale (como Ken Miles) e Matt Damon (como Carroll Shelby), um drama premiado com os Oscars de Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som.
Mais referências à Ferrari em filme
Por falar em cinema, é difícil imaginar uma corrida ou até um carro dos sonhos de toda criança sem imaginar a Ferrari em algum momento. Uma das maiores referências de toda essa representatividade da Ferrari podemos ver no filme Carros (2006), da Disney/Pixar.
Luigi e Guido – dois italianos que vivem na fictícia Radiator Springs – trabalham em uma loja de pneus, a Casa Della Tires. Em vários momentos, Luigi cita a Ferrari como a referência de carro perfeito para o protagonista Relâmpago McQueen.
Além disso, Luigi usa, ao lado de Guido, produtos da marca do Cavallino de forma apaixonada quando assiste corridas entre Doc Hudson e Relâmpago McQueen no deserto de Radiator Springs. O personagem cita, ainda, que um de seus sonhos era ter uma Ferrari sendo atendida em sua loja – o que acontece no filme com uma referência ao maior piloto da história da Ferrari, o alemão Michael Schumacher, heptacampeão mundial de Fórmula 1 – cinco vezes campeão com a Scuderia.
Mensurar com palavras uma paixão tão grande é algo difícil, mas o alcance da marca vai, como citado no começo do texto, muito além de “una casa automobilistica”. É um estilo de vida.
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Alla Prossima!